quinta-feira, 15 de maio de 2008

Bovespa emenda sétimo recorde e acumula ganho de 11,9% em 2008

A especulação sobre uma possível nova promoção do rating brasileiro empurrou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) para o seu sétimo recorde neste ano. De janeiro até hoje, a Bolsa já acumula ganho de quase 12%.

No início da tarde desta quinta-feira, o mercado foi tomado por rumores de que a agência Fitch anunciaria ainda hoje a revisão do rating soberano para o nível grau de investimento (exclusivo para países ou empresas considerados considerados bons devedores).

"O mercado nunca deixou de trabalhar com esse tipo de rumor, só que hoje ficou mais forte. Parecia que o pessoal [da Fitch] estava na porta com o papel [o comunicado oficial] na mão", comentou o Expedito Araújo, operador da corretora Alpes, sintetizando, em tom de brincadeira, a euforia que tomou o mercado.

O Ibovespa, termômetro dos negócios, valorizou 2,09%, para os 71.492 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,99 bilhões.

A ação preferencial da Petrobras valorizou 1,74%, para R$ 47,11, enquanto a ação da Vale do Rio Doce teve ganho de 2,87%, para R$ 56,84, nesta quinta-feira.

"Quando o mercado está num momento bom, notícia ruim é ignorada e qualquer coisa ajuda a subir. O que aconteceu hoje é que a somente a possibilidade uma promoção do rating já acelerou a Bolsa. Todo mundo se lembrou de quanto subiu quando saiu o anúncio da Standard & Poor's e fez as contas", comentou José Costa Gonçalves, diretor da corretora Indusval. "Foi um puro efeito manada", acrescenta.

O dólar comercial foi trocado por R$ 1,656 na venda, em declínio de 0,42%. A taxa de risco-país atinge 210 pontos, com avanço de 0,47%.

Na Europa, as ações do setor farmacêutico e de empresas vinculadas às commodities contribuíram para as principais Bolsas concluírem o expediente com resultado positivo. A Bolsa londrina registrou ganho de 0,57%, enquanto o mercado de Frankfurt teve leve queda de 0,03%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com valorização de 0,73%.

Entre as principais notícias do dia, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que houve um crescimento de 6.000 solicitações no total de pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, para 371 mil. O mercado contava com um decréscimo de 5.000 pedidos.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirmou que as vendas do comércio varejista do país cresceram 1,8% em março, na comparação com o mês anterior.

A inflação medida pelo IGP-10 teve variação de 1,52%, em maio --mais que o triplo do registrado em abril (0,45%), segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas).


CQC - Custe o Que Custar

sexta-feira, 4 de abril de 2008

No olho do furacão, UBS é o campeão de perdas até o momento. Banco anunciou plano de capitalização

Entenda a crise americana.

Ouça o excelente comentário do jornalista Carlos Alberto Sanderberg.


segunda-feira, 31 de março de 2008

Bovespa fecha em alta de 0,85%, mas amarga 4% de perda em março

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou nesta segunda-feira com alta, recuperando fôlego na parte final do pregão. Assim, voltou a se colar no mercado americano.

O Ibovespa --principal indicador da Bolsa paulista-- avançou 0,85%, a 60.968 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,79 bilhões, menor do que a média diária do ano de R$ 6 bilhões, com cerca de 172 mil negócios realizados. Já o dólar comercial fechou com avanço de 0,57%, sendo vendido a R$ 1,753.

No acumulado do mês de março, a moeda americana se valorizou 3,67%, enquanto que o Ibovespa amargou recuo de 4,57%.

As perdas do mês foram resultado do agravamento da crise econômica americana. Ao contrário dos meses anteriores, os preços das commodities pararam de subir devido ao enfraquecimento do dólar ante outras moedas e recuaram, já temendo uma menor demanda dos Estados Unidos. Como as principais ações negociadas na Bovespa são de exportadoras de matérias-primas, o Ibovespa tende a sofrer mais do que indicadores de Bolsas de países desenvolvidos.

As Bolsas européias tiveram o mesmo problema, ampliado pela influência da crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") americano nas instituições financeiras locais, e fecharam com o pior desempenho trimestral desde 2002.

Boa parte da retomada dos ganhos no final do pregão de hoje foi causada pelos papéis mais líquidos da Bovespa, a Vale e a Petrobras. Eles oscilaram durante todo o dia, e só se consolidaram com ganhos acima de 1% na última hora de negociação. Petrobras PN subiu 1,9%, Petrobras ON ganhou 1,73% e as duas ações da Vale --ON e PNA-- ganharam 1,17%.

Antes dessa retomada final, o pregão estava turbulento devido aos temores de aumento na taxa de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central.

"Há uma expectativa de que os juros comecem a subir, o mercado já está posicionado para isso", aponta Eduardo Roche, gerente de análise da Modal Asset Management. "Os dados de conjuntura [da indústria divulgados pela Fundação Getúlio Vargas] mostra que pode ser necessário aumentar os juros para segurar o consumo."

Os juros em alta prejudicam principalmente empresas que tem no mercado interno seu principal público-alvo. É o caso, por exemplo, de companhias aéreas, construtoras e comércio em geral. Papéis da Gol, Gafisa, América Latina Logística e Cyrela despontaram entre as maiores baixas do dia entre as ações listadas no Ibovespa.

EUA

O mercado americano reagiu positivamente ao indicador de produção na região de Chicago --uma das mais industrializadas do país-- feitos pelo ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês). O índice subiu para 48,2 pontos em março, contra 44,5 pontos em fevereiro. O mercado esperava que ficasse em 46,7 pontos. Os dados nacionais de produção manufatureira saem na terça-feira.

Com a notícia, o mercado se acalmou um pouco sobre a desaceleração econômica americana e sobre problemas relacionados à crise do crédito subprime. Papéis do Citigroup, Merrill Lynch e Washington Mutual apontam altas.

O índice Dow Jones avançou 0,38%, enquanto que o tecnológico Nasdaq Composite teve ganho de 0,79%.

O governo americano ainda apresentou um projeto com um pacote de regras para o setor financeiro. A proposta mudará como o governo americano controla centenas de negócios, desde os maiores bancos do país e investimentos bilionários no setor imobiliário até o sistema de seguros e hipotecas. Porém, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, admitiu que tais medidas só devem fazer efeito no longo prazo.

Na outra ponta, as ações das farmacêuticas Schering Plough e Merck despencam depois que uma pesquisa mostrou que o remédio Vytorin --produzido pelas duas empresas-- não possui efeito mais poderoso no combate ao colesterol ante remédios mais baratos e que já estão no mercado. Os papéis da Schering Plough, por exemplo, foram os mais negociados na Bolsa de Valores de Nova York e fecharam com perda de 25,9%.

Europa

As Bolsas européias seguiram na mesma toada do Ibovespa, mas como fecham mais cedo elas encerraram o pregão de hoje em baixa. Assim, confirmaram o pior desempenho de um trimestre em mais de cinco anos. Pesaram o desempenho de ações dos bancos e a redução da recomendação da Vodafone, cujos papéis cairam mais de 3%, além dos temores sobre a crise de crédito nos EUA.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 subiu 0,16%, a 5.702,10 pontos --no trimestre, o FTSE-100 acumulou queda de 13%. Em Frankfurt, o DAX perdeu 0,382%, a 6.534,97 pontos. Já em Paris, o CAC-40 teve alta de 0,24%, para 4.707,07 unidades.

Investidores esperam fala de Bernanke nos EUA


Em tempos de elevada incerteza, cada indicador econômico ou notícia veiculada afetam bastante o humor dos investidores. Tem sido assim nas últimas semanas e, segundo especialistas, as informações divulgadas continuarão determinando o comportamento do mercado nos próximos dias. "Ou seja, ainda há muita volatilidade à frente", diz Alessandra Ribeiro, analista da Tendências Consultoria.

Os índices de atividade do setor industrial e do setor de serviços, medidos pelo instituto ISM, estão entre os principais dados a respeito da economia dos EUA a serem divulgados nesta semana, juntamente com a taxa de desemprego.

O indicador referente à atividade manufatureira sai amanhã. A estimativa da maior parte dos economistas é a de que em março ele tenha caído para 47,5 pontos, contra 48,3 pontos no mês anterior.

Na quinta-feira, sai o índice do segmento de serviços. Espera-se que ele tenha recuado para 48,5 pontos neste mês. Em fevereiro, estava em 49,3 pontos. Pontuações acima de 50 pontos indicam uma expansão da atividade e, abaixo, retração. "Os números já estavam ruins há um mês e agora devem piorar", comenta Alessandra.

O relatório acerca do nível de emprego será divulgado na sexta-feira. Em fevereiro, a taxa de desemprego tinha ficado em 4,8% e a previsão é de um avanço para 5% em março. "O consenso entre os economistas é de que tenha havido uma redução de 50 mil postos de trabalho no período, o que mostra o rápido enfraquecimento do mercado de trabalho."

Na quarta-feira, o presidente do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), Ben Bernanke, fala sobre as perspectivas para a economia americana diante de um comitê do Congresso. Como a última reunião do comitê de política monetária da instituição aconteceu há apenas duas semanas, não se espera que ele vá dizer muitas novidades.

"Bernanke deve ressaltar que há fortes riscos para a atividade, diante da contração do setor imobiliário e da falta de crédito. No entanto, vai tirar um pouco o peso da taxa de juros, pois a política monetária não resolve tudo", opina a analista da Tendências. Mesmo assim, os investidores ainda esperam um corte de juros adicional de 0,25 ponto percentual --o que levaria a taxa básica dos EUA para 2% ao ano- no próximo encontro do Fed, no final de abril.

Os investidores também estarão atentos aos grandes bancos e instituições financeiras. O americano Bear Stearns quase quebrou e ainda há temores de que outros também estejam em situação complicada devido às perdas com a crise hipotecária.

A Bolsa de Valores de São Paulo tem sofrido menos com os solavancos na Bolsa de Nova York, porém o pessimismo em Wall Street prejudica a sua capacidade de recuperação. Embora tenha avançado 2,48% na semana passada, ainda acumula queda de 5,38% em 2008. De acordo com a avaliação de especialistas, o mau humor igualmente deve segurar o dólar comercial acima de R$ 1,70.

Quanto à economia brasileira, os números mais esperados são os referentes à produção industrial de fevereiro, que saem na terça. Depois de um crescimento de 1,8% em janeiro, as previsões são de baixa de 0,6%.

O debate sobre o grau de aquecimento da atividade doméstica continua. Já está embutido nos preços das ações de empresas brasileiras uma elevação da taxa de juros, que não se vislumbra ainda quando poderia ocorrer. A alta afetaria os ganhos das companhias por frear o consumo e aumentar o custo de capital.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Analistas recomendam dobrar apostas com as ações da Bovespa Holding


SÃO PAULO - A corretora Itaú inicia cobertura das ações da Bovespa Holding (BOVH3) com recomendação de compra. "Dobrem as apostas", é o recado dos analistas, estabelecendo preço-alvo de R$ 33,20 para o final de 2008, aproximadamente 36% de upside.

Bons fundamentos podem fazer os papéis se recuperarem da forte queda de 20% desde o início deste ano. Nesse sentido, a Itaú Corretora destaca o monopólio que a Bovespa detém sobre o mercado de ações brasileiro: "o ingresso de recursos de fundos de pensão, gestores de renda variável e investidores estrangeiros é captado com grande eficiência pela bolsa".

Os analistas projetam que esse volume de recursos tende a exercer impacto considerável sobre receita líquida, geração operacional de caixa e lucro da Bovespa. O crescimento anual para essas variáveis entre 2005 e 2010 é estimado em 69%, 103% e 63%, respectivamente.

Comparando com os pares

Em análise do múltiplo Preço/Lucro, a equipe do Itaú identifica um ligeiro prêmio de 6% sobre as ações de pares internacionais da Bovespa. Contudo, quando comparado o P/L com a taxa de crescimento esperada, a Bovespa aponta razão de apenas 0,4, abaixo da média internacional de 0,6.

Em resumo, essa ressalva admite que a bolsa brasileira apresente uma relação entre preço e lucro relativamente cara. Porém, ao mesmo tempo, estabelece que seu cenário de crescimento não só justifica essa disparidade, como também justifica um prêmio ainda maior.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sistema "home broker" registra recorde triplo em novembro

O "home broker", sistema de negociação de ações via internet, registrou um "recorde triplo" no mês de novembro, com desempenho histórico em volume financeiro diário, número de negócios e ofertas de investidores.

Em novembro, o "home broker" teve giro financeiro histórico de R$ 1,17 bilhão/dia. O número de negócios foi de 117.794 no mês, enquanto as ofertas alocadas por investidores atingiram a máxima histórica de 215.424 em novembro.

Uma possível explicação para o aumento das operações está no aumento de investidores do tipo pessoa física na Bolsa. A CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação de Custódia) registrou 327.740 contas de investidores pessoa física no final de novembro, ante 310.625 contas em outubro.

Entre o final de outubro e o fim de novembro também ocorreram dois IPOs (lançamentos de ações) de vulto: a operação da Bovespa Holding (R$ 6,6 bilhões) e da BM&F (R$ 5,9 bilhões).

O "home broker" respondeu por 9,38% (R$ 22,2 bilhões) dos negócios totais da Bolsa de Valores no mês, mas representando 29,58% do número de negócios registrado no mês. O valor médio de negócios no sistema foi de R$ 9.929,33 em novembro.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Dicas para escolher seu Home Broker

O desempenho extraordinário da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos anos tem feito com que um número crescente de brasileiros aplique em ações. Desde janeiro, 40 novos investidores contrataram os serviços de corretoras a cada hora e mais de 80% deles entraram no mercado de capitais via home broker, o programa que permite negociar ações pela internet. Além de mais barato do que o método tradicional via telefone, o sistema é cômodo porque permite ao investidor aplicar na bolsa de uma forma bastante semelhante à das operações de internet banking. O aplicador entra no site da corretora com uma senha para conferir as cotações e enviar os pedidos de compra ou venda. Em seguida, a ordem passa pelo servidor da corretora, que reconhece o cliente, e, em segundos, a coloca no pregão, onde o negócio é consolidado automaticamente. Por tudo isso, o home broker assiste a um crescimento vertiginoso no país -- o número de investidores online neste ano cresceu 65%, ante apenas 10% nos investimentos feitos pelo telefone, e já está prestes a ser o meio predominante na bolsa.

Para quem pretende começar a aplicar em ações, a primeira questão que se coloca é escolher a corretora mais adequada entre as cerca de 60 que já oferecem o sistema de home broker. A resposta a essa pergunta depende do quanto se pretende apli car, em que periodicidade e quais os serviços que se considera imprescindíveis. Na carioca Ágora, por exemplo, a líder em negócios via home broker, uma ordem de compra ou venda de ações custa 20 reais (veja quadro acima). Numa negociação de 10 000 reais, a taxa representa atraente 0,2%, mas numa ordem de compra ou venda no valor de 1 000 reais cresce para 2%. No Itaú e na Intra, que usam a tabela da Bovespa como referência, a ordem de 1 000 reais custaria 17,49 reais -- menos, portanto, que os 20 reais cobrados pela Ágora. Já a de 10 000 reais dispararia para 75,21 reais, quase quatro vezes mais que a concorrente carioca. Na comparação internacional, esses preços não estão fora de linha. A corretora americana Charles Schwab, por exemplo, líder mundial, adota corretagem fixa de 10 dólares por ordem de compra ou venda. No Brasil, a maior parte das corretoras cobra ainda um valor mensal para cobrir custos com a manutenção das ações, também conhecido por taxa de custódia. Antes de se decidir por uma corretora, o investidor deve fazer uma simulação do quanto pretende aplicar por mês e do quanto terá de pagar por isso.

Outra questão crucial é saber que tipo de ajuda será possível receber em casos de dúvidas sobre oportunidades de compra ou venda de ações e também quando houver problemas técnicos no site. Em algumas corretoras, os clientes simplesmente não conseguem ser atendidos pelo telefone porque o número de consultores não é suficiente. Há ainda casos de corretoras que só disponibilizam atendentes para questões técnicas a respeito do funcionamento do sistema. "Em momentos de crise, o cliente do home broker quer falar com um especialista, mas aí acontece o gargalo: corretores e analistas têm pouco tempo e o dedicam prioritariamente aos grandes investidores, que individualmente são mais representativos que os do home broker", diz Lauro Gonzalez da Silva, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas.